terça-feira, 12 de outubro de 2010

Virtualização total x privacidade zero: uma mistura imiscível



Homogeinização de valores. Internacionalização do fluxo informacional. Perda de privacidade. Esses vocábulos constituem o tripé sustentador do paradigma hodierno de acumulação de capital. Sob um viés paradoxal, os avanços tecnológicos corroboram concomitantemente com o isolamento social e a difusão de dados confidenciais coletivos na rede global.

Desde os seus primórdios, a humanidade convive com a necessidade de socialização - através da linguagem - e introspecção (através da reflexão acerca do "ser e estar no mundo"). Essa dicotomia foi alavancada na contemporaneidade com o advento da internet e da globalização, que difundiram com eficácia os ideais individualistas e alienadores que compõem a "era digital".

Nesse panorama, a "virtualização" das relações afetivas e das transações comerciais formou ilhas de isolamento coletivo, em que o resguarde da privacidade contrasta com o compartilhamento descontrolado de dados particulares em escala global. Essa facilidade de acesso à informação é usada pelos donos dos meios de produção conforme seus próprios interesses, através da vinculação de ideais consumistas que atingem diretamente o público alvo.

A mídia genérica alicerça-se nos "arquipélagos" de insegurança coletiva e atua como vetor de alienação das massas, em meio ao sincretismo entre o ciclo vicioso da globalização digital e a perda de privacidade generalizada. Os transtornos emergidos com essa caótica situação - tais como roubos digitais e pedofilia virtual - podem causar donos irreparáveis ao seio coletivo.

Enfim, é irrefutável a importância da tecnologia como catalisadora da dinâmica social atual. No entanto, enquanto a informação for usada como veículo de opressão e manutenção de status quo das desigualdades, a sociedade conviverá com um comensalismo autodestruidor.

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