Os cisnes interiores
As visões literárias e filosóficas acerca do filme "Black Swan" coincidem com àquelas constituintes do ser. Baseada nas ideias Sartreanas e Freudianas, "O Cisne Negro" revela quem de fato somos, e quem poderíamos ser. Por Milson Júnior.
O Teatro Mágico e a nova MPB
A militância pela música livre, pela pirataria saudável da informação, pelo desenvolvimento sustentável e pela batalha contra as multinacionais; enfim, pela responsabilidade social do artista são as metas da trupe. Por Karen Vital e Milson Júnior.
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A cultura do resgate
À medida que a década de 1980 foi perdida para economia, a arte vivera sua efervecência. Nos anos de 1990, contudo, ambas estavam em crise. Foi com grupos como Nação Zumbi que a crise da arte transformou-se na arte da crise. Por Karen Vital.
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A Amazônia ilegal
Floresta ombrólifa, pluvial, equatorial, tropical, hiléia ou Amazônica. As múltiplas classificações deste bioma traduzem sua importância na manutenção da biodiversidade ambiental. O constante extrativismo predador, contudo, maximiza uma ameaça crescente no pobre solo florestal. Por Karen Vital.
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terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Proibicionismo, uma droga de política.
domingo, 9 de agosto de 2009
Amazônia consumida x desenvolvimento predatório: um paradigma insustentável.
O efeito gangorra é resultado de tentativas imediatistas por melhoras nos indicadores socioeconômicos, respaldadas pela retirada de madeira e incrementação da atividade pecuária. A curto prazo, o IDH emerge; à longa data a biodversidade destruída, os conflitos sociais e a estigmatização de populações comprometem a imagem nacional.
A Amazônia se consolidou como eminente região produtora de carne bovina - sob expectativa de dobrar sua participação para dois terços do mercado até 2018 - a custo da instalação de megafrigoríficos financiados com recursos públicos subsidiados pelo BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - (da ordem de 6 bilhões de reais em 2008). No entanto, quase nada desse investimento foi destinado à recuperação de áreas degradadas por práticas extrativistas ou pecuaristas predatórias.
A recente regularização fundiária - que distribui mais de 60 milhões de hectares de terra na Amazônia - alimenta o ciclo vicioso do paulatino esgotamento dos recursos naturais, ao expandir o acesso legal de setores privados ao desmatamento em larga escala. Enquanto o ambiente é extirpado, as exportações e os lucros são alavancados. Concomitantemente ao progresso econômico e a concentração de renda na mão de poucos, a miséria e a marginalização crescem exponencialmente.
Inexoravelmente, é preciso reavaliar os padrões de crescimento em que se insere o país e reinventar os mecanismos de produção contemporâneos. É mister a coragem governamental em desbravar novos caminhos de desenvolvimento. O primeiro passo: o compromisso ético e a atitude sustentável; a conquista desejada: a economia fortalecida, somada à obtenção de uma qualidade de vida saudável e equânime para todos os canarinhos.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Corrupção, uma agremiação privada.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Ascensão social x degradação moral: uma mistura imiscível.
Enquanto o Brasil emerge economicamente, cerca de 3 milhões de indigentes - segundo dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) - vivem à margem da sociedade, imersos na condição de miséria, além da negligência do Estado em assegurar-lhes o direito do respeito à dignidade humana. Em meio à tamanha vulnerabilidade social, a ilusória promessa de altos salários e melhores condições de vida seduz e induz jovens e adultas canarinhas a viajar para o exterior.
Pesquisas feitas pela Pesquisa Sobre o Tráfico de Mulheres Para Fins de Exploração Sexual no Brasil (Pestraf) revelam que há 241 rotas de tráfico no País, sendo 131 delas com destinos internacionais, sobretudo a "Conexão Ibérica", composta por Portugal e Espanha. As "trabalhadoras do sexo" geralmente pertencem às classes mais populares, têm baixa escolaridade e moram nas periferias. Muitas vezes, podem ter sofrido abusos - estupro, sedução, abandono ou maus tratos - durante a infância ou adolescência.
A corrupção dos funcionários públicos que facilitam o tráfico pelas fronteiras, além da morosidade do Judiciário no julgamento dos casos e na punição dos culpados são fatores que viabilizam a manutenção do "sexonegócio". Guiadas por expectativas de progresso pessoal, jovens e adultas se deparam com uma realidade degradante e opressora. Sofrem agressões físicas e psicológicas provenientes dos aliciadores, que também obrigam-nas a trabalhar em condições subumanas, negando-lhes o direito de retorno ao país de origem.
A imagem nacional exortada pela mídia, a qual subordina o País ao tríplice clichê - praia, futebol e mulher bonita, permite a investida de empresários estrangeiros na nefasta exploração sexual. Bitolada pelo pertinente estilo "American way of life", a sociedade brasileira importa consumo e tecnologias e exporta gente, sonhos e a esperança ingênua de usar o corpo como ferramenta capaz de quebrar as algemas que resguardam uma realidade social frágil e estigmatizada.
Produto dos múltiplos contrastes: pobres em desgaste.
terça-feira, 23 de junho de 2009
Cadeia para o pobre, impunidade para o rico: a máquina da injustiça que alimenta as desigualdades.
A Constituição - a qual garante (ao menos no papel) que "todos são iguais perante a lei" - é uma só para ricos e pobres, o mesmo ocorre com a Justiça; a diferença está na aplicabilidade. Esse panorama pode ser mais notório se aliado à visão neopositivista - que converte fatos em estatísticas - for lançado um olhar crítico sobre a vida em sociedade.
Comparando-se duas pessoas de modos de vida e classes sociais distintas, pode-se perceber que o código penal brasileiro criminaliza a pobreza. Maria Aparecida saiu há 4 anos do "Cadeião de Pinheiros", onde cumpriu pena após tentar roubar um xampu e um condicionador num supermercado. No presídio, a ex-empregada doméstica, portadora de retardo mental moderado, pagou pelo seu "crime": foi torturada física e emocionalmente, ficando cega de um olho.
Paralelamente a esse fato, a empresária Eliana Tranchesi - proprietária da butique de luxo Daslu - foi condenada em primeira instância a uma pena de 94 anos de prisão pela sonegação de quase 1 bilhão de reais em impostos, além de falsidade ideológica. Incrivelmente, após 24 horas de detenção, foi concedido-lhe um habeas corpus assegurando o direito de responder ao processo em liberdade.
Dois crimes distintos: o primeiro, contra o patrimônio (será mesmo que o roubo de um xampu é uma grave ameaça ao proprietário do estabelecimento?); o segundo, contra o sistema tributário. Duas reações diferentes: o acirramento da legislação para a punição dos mais pobres, em detrimento da omissão e contribuição do Judiciário para a manutenção do império da impunidade. Em meio a contradições evidentes, o clamor do povo se homogeiniza em uma só indagação: até quando a Justiça será injusta neste País?
sábado, 6 de junho de 2009
Sociedade latente, latifúndio crescente.
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sexta-feira, 5 de junho de 2009
Resgate cultural: do mangue "inóspito" às periferias urbanas.
Da aparente imiscível mistura entre ritmos distintos - maracatu, coco, baião, jovem guarda, samba, etc - e a motorização da sonoridade por efeitos eletrônicos, os "mangueboys" (em especial a banda Nação Zumbi) fizeram dos anos de 1990 uma década de efervescência cultural, levando às massas populares informatividade e incentivo à quebra de paradigmas sociais.
Sob um ambíguo enfoque regionalista e universalista, os ecossistemas dos manguezais recifenses serviram de inspiração para o movimento. Em meio a exorbitantes índices de desemprego, mais da metade da população urbana vivia em favelas e "alagados". Numa alegoria a essa pútrida realidade social, desabrochavam críticas contundentes contra o sistema econômico excludente ("A cidade não para/ A cidade só cresce/ O de cima sobe e o de baixo desce").
A combinação entre arte e crítica aos valores pré-estabelecidos - hibernados no meio musical desde o AI-5, na ditadura - se apropriou do "lamaçal" cultural para desembaçar o espelho-Brasil que há muito tempo perdera seu fulgor. Alcançando abrangência e aceitação, o mangue bit foi a manifestação precursora de um ideário que só faria crescer dali em diante. Da periferia paulistana emergiu o hip-hop; dos morros cariocas, o funk; do âmbito cinematográfico filmes como "Cidade de Deus".
A arte, com toda a sua vivacidade deve servir como agente transformador do inconsistente panorama social contemporâneo. Não importa sua origem, se da lama ou das lonas (barracões), do insolúvel (pobreza e marginalidade) ou indissociável, ela tem uma responsabilidade a cumprir: manter acesas as brasas da revolução por cima das cinzas da ignorância, que ainda ameaçam a identidade nacional a auto-destruição.
sábado, 30 de maio de 2009
Dignidade morta, economia viva: as duas faces da mesma moeda.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
"Lesa-Amazônia", lesa-pátria.
Dou-lhe uma. O maior entrave dessa contradição está na evasão do Ibama em fiscalizar e multar os infratores devido ao mal preparo dos juízes, seguido do drama como os processos são arrastados. Isso porque os magistrados desconhecem as leis ambientais, compensando sua ignorância através da aplicação de outros códigos aos quais se opõem tanto ao intuito dos ambientalistas - já que em metade dos casos as armas do crime são devolvidas aos criminosos -, quanto ao postulado primaz do Direito.
Dou-lhe duas. Os membros do júri explicam à sociedade sua desculpa: há pouco tempo, não havia cursos de Direito Ambiental nas Instituições de ensino superior, tampouco era assunto exigido nos concursos públicos. Sendo assim, não basta ao País apenas ser portador de leis boas e modernas, se as regras do processo civil e penal e os representantes responsáveis pela aplicação da ordem são estritamente inócuas e arrogantes.
Dou-lhe três. Outros argumentos jurídicos utilizados na defesa dos "senhores das madeireiras" são as alegações de que o "bem" apreendido (trator, motosserra etc) é muito superior à multa cobrada, além da falta de estrutura judicial na preservação desses equipamentos, assim como serem estes os instrumentos de trabalho. Os cavalheiros da justiça falam, mas a Amazônia não ouve, posto que o desmatamento ilegal supera 80% do total - e, quando há redução, é influência direta da queda dos preços agrícolas.
Veredicto final. A ausência de especialização do judiciário em casos ambientais e a pouca responsabilidade para julgar a destinação dos bens atrapalham a punição eficaz. Afinal, a carência de um padrão unitário de decisão, o qual deveria ser formulado de cima para baixo (pela Corte Suprema), acarreta, nessa selva perene de exploração ilícita das áreas protegidas, numa depreciação do judiciário - mantendo esta sessão ainda em aberto.
sábado, 23 de maio de 2009
Trabalho infantil: problema ou solução?
A maioria dos problemas políticos, sociais e econômicos enfrentados pela sociedade contemporânea são fruto do pensamento capitalista, que estimula a produção de riqueza por pessoas que são impedidas de usufruírem-na. Pior ainda quando se fala em trabalhadores infantis, que são milhões ao redor do mundo.
domingo, 17 de maio de 2009
Brasil: ordem e progresso a que custo?
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Não há como negar que o Brasil presencia uma interminável guerra civil. De um lado, facções criminosas, (cuja imponência é alimentada pelo "narcoconsumo" das classes médias e altas da sociedade) que comandam a partir do âmbito intra-carcerário ações urbanas nefastas que disseminam o pânico entre a população; do outro, a Polícia Militar, que em contra-ataque a tais atentados e na busca pela manutenção da "ordem", age muitas vezes de forma leviana, executando sumariamente cidadãos inocentes, destruindo famílias e mutilando a esperança daqueles que almejam um futuro de paz para a nação.
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Tão difícil quanto enfrentar a dor e a revolta pela perda de parentes e amigos, é saber que a violência é proporcional à impunidade em nosso país. Pior ainda é ter a certeza de que enquanto reinar o ostracismo através de uma guerra injusta - além da falta de compromisso efetivo dos três poderes com o âmbito social e a esfera pública - o jargão da bandeira nacional deve ser vislumbrado apenas como uma utopia.
sábado, 16 de maio de 2009
A mão invisível e onipresente do capitalismo.
Ao contrário das superficiais análises midiáticas, a crise não é a quebra de bancos, de hipotecas do setor imobiliário, tampouco a falência das montadoras, mas sim um produto de especulações os quais ficam à mercê da manutenção espoliativa de juros obscenos acometidos pelos grandes investidores. Os níveis altos dos derivados de derivativos, munidos aos burocráticos sistemas de impostos, resultam nesta selva financeira em que os seus próprios autores estão perdidos.
O problema é que esses intermediários econômicos, em vez de servir bem ao capitalismo, passaram a bem se servir deste por três ações: primeiro, escravizaram a auditoria, substituindo-a pela consultoria; depois, enterraram as empresas de avaliação de riscos com a supervalorização de suas opiniões; por fim, puseram no lixo os sistemas públicos de regulação ao passo que engajaram nas eleições, criando novas leis por intermédio de seus protegidos políticos.
Enquanto prevalecer esse maquinário político, cuja única vocação é acumular o máximo de benefícios em ínterim mínimo, a implantação de uma possível solução que respeite o meio ambiente através de um “New Deal green” será utópica. Afinal, os capitalistas sempre defenderam uma expansão exponencial sem precedentes do consumo de energia, um verdadeiro oxímoro à união econômica socioambiental.
O sistema capitalista está fadado às mais variadas contradições entre seus precursores, suas “colônias emancipadas” e os blocos econômicos aos quais pertence - pois, enquanto os interesses dos neoliberais, keynesianos ecológicos e protecionistas não convergirem, aquele continuará fraco, frágil, com pouca profundidade social e econômica - respingando futuras tsunamis financeiras de tempos em tempos.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Violência intrafamiliar: um caso de saúde pública.
Nos mais variados contágios (moral, institucional, patrimonial etc), a violência intrafamiliar focaliza dois panoramas: o indicador corporal, caracterizado pelas lesões lascivas; e o plano psicológico das vítimas, que são considerados pequenos assassinatos diários desprovidos de marcas físicas. A ocultação é resultado desse mecanismo, assim como à dependência financeira e emocional, ao medo, à vergonha e sobretudo à resignação - impedindo àquelas o direito à cidadania.
Além disso, a coação domiciliar fundamenta um ciclo vicioso organizado em três momentos, com variações de tempo em torno de meses a anos: primeiro, o ponto taciturno, onde há apenas o acúmulo de atritos entre o casal; segundo, o período de agressão, iniciado pela descarga descontrolada de toda a tensão antes acumulada; por fim, a reconciliação, na qual o agressor promete mudança de comportamento. Conforme as fases vão ocorrendo, verifica-se maior violênica a curto prazo.
A subserviência nas relações humanas é, pois, pivô dos desequilíbrios acerca da estrutura familiar, inclusive funcionando como agente que incrementa a violência. Portanto, a igualdade de gênero por meio da criação de políticas públicas transversais em ação conjunta com os órgãos de defesa da mulher, associados aos trâmites legais da Justiça - que deveriam ser ágeis e limitados -, rechaçaria aumento nesses crimes, à medida que os tornariam menos impunes.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
O analfabetismo político em meio ao bê-á-bá da corrupção.
Derivado do latim “corruptus”, o verbo corromper significa “tornar podre”. Práticas como a sonegação de impostos, pagamento de propinas (subornos) e burla de licitações públicas, estão presente de forma demasiada e desenfreada no cotidiano brasileiro, sendo muitas vezes ignoradas e até executadas por parte da população.
A corrupção tem raízes profundas e históricas na formação do Estado brasileiro. No período colonial, o nepotismo - favorecimento de parentes e amigos em relação à nomeação ou elevação de cargos) - era uma prática muito comum. Com o advento da República, os coronéis - grandes proprietários de terra - garantiam seu poder político ao impedirem que seus empregados votassem em outros candidatos e ao realizarem a compra de votos.
Atualmente, cerca de 5% do PIB nacional, que poderia ser destinado a políticas de investimento em educação, saúde e infra-estrutura, é desperdiçado através do desvio da renda pública. Além disso, práticas de extorsão (chantagem política em troca de benefícios) e de tráfico de influência (compra e venda de sentenças judiciárias e ganho de presentes de alto valor por autoridades) são muito comuns. O analfabetismo político, ou seja, o quase total interesse da população pela esfera pública, contribui com a impunidade em relação a práticas ilícitas.
Portanto, o problema de corrupção resulta da falta de controle, de punição e cumprimento das leis. Atitudes ilegais, desde as mais simples às mais complexas, não devem ser toleradas pelo poder judiciário nem pela sociedade civil. Além disso, faz-se necessária uma relação de transparência - por meio da informação livre - entre os governos e a população, a fim de que a espoliação seja convertida em benefícios para a vida coletiva.