Em toda sua história, dos quais 3 séculos e 22 anos subordinados ao esclavagismo lusitano, há uma (única) nação cuja estrutura fundiária é semelhante ao de sua colonização. A partir desta, não houve abolição, proclamação, revolução, golpe, tampouco redemocratização que lhe fizesse dividir a terra, mantendo-a concentrada e conflagrada. Pelo descrédito dado ao seu maior desafio, uma questão: Brasil, um país de todos?
O dilema agrário está para a República tal como a escravidão, para a Monarquia; não há como negar que o Brasil alcançou certa libertação após tornar livres os escravos - rompendo, dessa forma, quaisquer fronteiras futuras quando não mais precisar discutir a propriedade. Contudo, o grande entrave - em meio à necessidade de uma reforma séria, com fundos dos quais não há disponibilidade nacional - é, ante a impossibilidade de fazer o máximo, recusar-se ao mínimo; afinal, o preço está na vitrine: macrocefalia urbana, criminalidade em alta, desemprego etc.
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No entanto, estas não são as únicas razões pelas quais os latifúndios perduram até hodierno, pois, no caso das sesmarias, ela foi revogada há quase 200 anos. Tudo isso é resultado da balbúrdia em que se insere a política de terra, devido às seguintes questões impulsionadas pela Lei de terras de 1850: primeiro, os latifundiários preferem o congresso às suas propriedades, trabalhando em prol de seus interesses no parlamento; segundo, o campo fica ocioso porque o maior lucro advém não do plantio (exceto a soja), mas sim da criação bovina; terceiro, é a isenção de impostos; a maior revolta, por fim, é o agronegócio, setor que sucumbiu a reforma agrária.
As revoluções agrárias caminham, por conseguinte, na contramão da História. Os "beneficiados" com as desapropriações e distribuições em pequenos assentamentos são alvos da paupérrima competitividade no mercado, visto que a estrutura que lhes são conferida não engrena a produção - devolvendo-os às filas da exclusão. Enquanto o Brasil for um País de todos os poucos elitistas, montar uma nova base fundiária que seja socialmente justa, economicamente viável e politicamente eficaz será lograda apenas como quimera.
1 comentários:
Caramba...
Gosto demais desse Blog de vocês!
Realmente tô sem tempo pra ler, mas só a estética tá muito legal, adorei as caricaturas!
Depois faz uma miinha!
Hehehehe
Beijo pra vocês!
E parabéns pela qualidade das informações!
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